Olá amigos atiradores. Esta semana iniciaremos a série “Chumbinhos”, trazendo a cada semana uma parte desta excelente matéria também de autoria do nosso mestre em tiros Nelson L. de Faria, esta publicada na revista Magnum, Edição especial nº 40.

As características dos chumbinhos influenciam de maneira considerável o desempenho do tio. Por isso, o bom entendimento de suas propriedades é um pré-requisito para todos os que almejam obter bons desempenhos, principalmente aqueles adeptos do tio de longo alcance.

O chumbinho tem quatro características principais: cabeça, cintura, saia e perfil interno.

Cada uma efetua função específica e importante. O bom desempenho e eficiência dependem destas características junto com a boa qualidade de fabricação.

·         1 - CABEÇA: é de extrema importância, por ser responsável por transferir a velocidade e o peso do chumbinho na forma de choque ao atingir o alvo. É o seu formato que ajuda ou prejudica a aerodinâmica do chumbinho e tem relação direta com a precisão.

·    2 - CINTURA: os chumbinhos são cinturados, em parte para reduzir a relação peso-comprimento, mas o principal fator é reduzir o atrito no cano enquanto separa a cabeça da saia, permitindo que cada parte desempenhe sua função. A cintura age como uma dobradiça de modo a permitir que a saia se expanda e se acomode melhor ao raiamento do cano.

·       3 - SAIA: é a projetada para receber a rajada de ar e se expandir de modo a selar a passagem do ar pelo cano. A saia deve ser perfeitamente circular e ter as bordas planas para proporcionar a selagem exigida.

·     4 - PERFIL INTERNO: é a parte oca dentro do chumbinho. É projetado para absorver o máximo de ar e, assim, expandir a saia. Ao verificar a deformação da saia do chumbinho, é importante também verificar a seção oca quanto a irregularidades, algo que costuma ocorrer quando a espessura da saia não é uniforme. Chumbinhos mais pesados costumam ter a parte oca menor em relação ao seu tamanho. Esses chumbinhos são projetados para armas de alta potência, ou seja, energia maior do que 15 ft.lb na boca do cano.




Semana que vem traremos as formas e tamanhos. Até próxima!
Olá amigos atiradores,

Trazemos esta semana uma cópia da matéria publicada na revista Magnum Edição nº 40 de autoria  de Nelson L. De Faria, quebrando vários tabus que a maioria de nós, leigos, acreditamos ser verdade.

O melhor calibre para a classe de armas baixa potência é sem dúvida o 4.5 mm, embora alguns fabricantes as produzam também no calibre 5.5 mm como marketing de venda para aqueles menos informados que pensam que quanto maior o calibre, melhor. Portanto, ao adquirir uma springer de baixa potência, fique com o calibre 4.5 mm.

As springer de baixa potência são as mais indicadas para a iniciação ao tiro. Leves e de recuo muito baixo, as armas de baixa potência apresentam boa precisão e se adaptam muito bem a tiros do alcance de até 25 metros, embora o melhor desempenho em relação a energia da arma se obtenha a 15 metros.

O peso próprio e a facilidade de engatilhar as carabinas de baixa potência permite que crianças a partir de 8 anos possam ser iniciadas no esporte de tiro. Claro que, nesse caso, a supervisão de um adulto se faz necessária.

Quanto às pistolas, são armas desenvolvidas para tiros a 10 metros e sua potência está bem abaixo das carabinas. Tanto as pistolas por ação de mola-pistão, quanto as PCP e CO2 são de baixa potência. No entanto, entre as pistolas há que se considerar que a grande maioria se posiciona no limite inferior da baixa potência, de modo que são bem mais fracas que as carabinas que também se encontram nessa classe. A exceção* é o modelo P5 Magnum da Diana, a qual apresenta energia igual as das carabinas da classe (em torno de 7 joules) e permite tiros a 25 metros. *Está matéria de alguns anos e hoje em dia temos alguns outro modelos que chegam a categoria de Média potência.

Essas pistolas de potência mais baixa permitem a prática de tiro mesmo dentro de corredores de residência, desde que cuidados com a segurança sejam adotados, pois, embora a potência seja bastante baixa, é preciso tomar cuidado principalmente com a região dos olhos.





Nos diagramas de trajetória e energia entre os calibres 4.5 mm e 5.5 mm (veja tabela anterior), observe que ambos os calibres iniciam com a mesma energia e as miras foram zeradas no alcance de 25 jardas, mas o calibre 5.5 mm retém mais energia durante o percurso, embora sua curva balística seja mais acentuada. As armas de baixa potência são exceção a regra, poi a energia do calibre 5.5 mm permanece ligeiramente mais baixa do que a do calibre 4.5 mm; a curva balística é muito acentuada para o calibre 5.5 mm, o que comprova a ineficiência desse último para tal classe de arma. No entanto, é preciso esclarecer que os calibres nos diagramas são apenas referências para comparação das classes de potência e interferem com a energia em função da massa, mas não interferem diretamente com a trajetória. As curvas não são perfeitas, porque os dados são arredondados.

Portanto, é preciso esclarecer que a trajetória dos projéteis não depende da sua massa, mas sim de sua velocidade inicial e do seu coeficiente balístico, ao passo que a energia varia em função da velocidade e da massa do projétil. Para todos os exemplos, adotei luneta com altura de 1,8 polegada acima da linha de centro do cano e CB 0,018.

Espero que tenham gostado.
Para sugestões de matérias nos envie para o e-mail atendimento@pecasdecarabina.com.br
Adaptado da matéria publicada na revista Tiro Certo, edição numero 5 de 2007, de Luiz Gabriel Lopes. 

 O Field Target é uma modalidade esportiva do tiro de chumbinho que vem crescendo muito no exterior devido a sua grande dinâmica e diversão proporcionada ao atirador. Nesta modalidade - que teve seu início no Reino Unido - faz-se a simulação de caça de animais considerados pragas urbanas, como ratos e pombos. Aqui no Brasil foi adaptado para animais da fauna brasileira.

 Em uma prova do Field Target os alvos não são dispostos de forma linear ao atirador, como de costume das modalidades tradicionais do tiro esportivo. A grande diversão do Field Target muitas vezes é o ambiente em que as provas são realizadas, podendo variar do tradicionalíssimo clube de tiro ao prédio em construção ou terreno de mata fechada.

 No Field Target os alvos são dispostos de maneira randômica no terreno onde a prova vai ser realizada, em distâncias que variam dos 9 aos 50 metros e que geralmente são desconhecidas do atirador. Os alvos muitas vezes são colocados em cima de árvores, embaixo de troncos, em cima de telhados, etc. Todo o terreno é aproveitado como campo de tiro em potencial, o que aumenta e muito o desafio e diversão que se tem nas provas desta natureza.

 Durante a prova cada atleta deve percorrer os postos de tiro. Na regra internacional não existem fiscais de pista, sendo que este trabalho pode ser feito pelos próprios atletas.

 A pontuação ocorre de maneira simples e direta. Um ponto consiste em um acerto.

 Um ponto sempre levado muito a sério na organização das provas de Field Target é a segurança. Durante a organização das provas a comissão organizadora deve pensar em todos os alvos e seus locais de tiro, e se assegurar da segurança de todos.

 Nos locais de provas há áreas demarcadas para circulação geral, em que todas as pessoas presentes podem circular livremente, áreas de circulação restrita dos competidores e organizadores e áreas de circulação expressamente proibida por questões de segurança. O principal atrativo do Field Target é a possibilidade de se realizar provas de nível superior fora do clube, uma vez que o tiro a ar comprimido é muito seguro de ser praticado em praticamente qualquer lugar desde que se atente sempre as regras de segurança. Muitas vezes só o gesto de sair do clube e ir competir em meio a natureza de uma área de mata já é motivo mais que o suficiente para se apaixonar pela modalidade.

 O desafio principal do Field Target é no que toca os alvos e suas distâncias. Cada alvo consiste em uma silhueta de um animal com uma área chamada de "Kill zone", que quando atingida pelo disparo desarma o mecanismo do alvo provocando sua queda - ou rebatimento - para trás. Desta forma se tem na hora a pontuação do tiro. A "Kill zone" consiste em um orifício de 15 a 50 milímetros no alvo, podendo sempre variar de acordo com a distância do tiro.

 A distância máxima de tiro no Field Target é de 50 metros, considerada a distância máxima para armas de pressão. Como a distancia dos alvos pode variar de 9 a 50 metros grande parte do desafio é saber estipular a distância e compensá-la em seu equipamento.

 Durante o percurso de tiro muitas vezes o atirador vai encontrar indicações de qual posição de tiro utilizar naquela pista. A posição mais comum é a sentado com os braços cruzados em cima dos joelhos e a arma apoiada nos braços. Nesta posição consegue-se o máximo de precisão necessária para os tiros, mas muitas vezes o alvo em questão exige uma outra posição, como tiro deitado ou em pé. Muitas vezes também o atirador é forçado a atirar em determinada posição devido ao posicionamento do alvo, como um alvo em cima de um telhado ou dentro de uma gruta embaixo da terra.

 O dinamismo das provas de Field Target é algo realmente indiscutível pois nada é previsível. Cada prova é uma prova, e cada alvo é único e singular. As provas variam de acordo com a organização, fazendo desta uma das modalidades mais dinâmicas e apaixonantes do tiro esportivo.

 As armas usadas pelo Field Target podem ser de simples carabina de ar nos modelos de “quebrar” o cano até sofisticadas armas usadas no Tiro Olímpico.

Modelos de Field Target:
 

PISTÃO A GÁS (gas-ram)

   Esse sistema é menos conhecido do que os demais. As armas desse sistema também são consideradas “springers”: apenas a mola espiral mecânica é substituída por um sistema de mola agás, por isso é também conhecido como gas-spring. Sua produção começou na Theoben Limited, no Reino unido e esta empresa que deteve por muito tempo a patente de fabricação.
               
               Seu sistema é aplicado em armar com mecanismos tipo break-barrel e under lever, os quais, ao serem acionados, comprimem o nitrogênio que se encontra em um cilindro instalado atrás do pistão da arma, numa unidade semelhante ao amortecedor de choque de um carro. Ao acionar o gatilho, o nitrogênio impulsiona o pistão, que por sua vez comprime o ar.          O sistema é o mesmo da ação por mola e pistão, sendo que o cilindro com nitrogênio substitui a mola. Nesse tipo de ação o recuo é mínimo, porém, mais brusco.
             
           O gas-ram foi inventado na Inglaterra por Taylor e Theobald e a primeira arma de pressão nesse sistema surgiu em 1982 e, em meados da década de 80, o sistema gas-ram já era bastante popular e se apresentava como uma alternativa ao sistema mola-pistão. No entanto, o preço mais elevado (que chega às vezes ao dobro do preço de uma carabina de mola-pistão de alta qualidade) fez com que o sistema permanecesse como uma opção de tipo de ação, mas não substituiu a tradicional ação por mola-pistão.
                
        Sua grande vantagem sobre o sistema tradicional é que as armas por sistema a gás podem permanecer engatilhadas por longos períodos sem perder potência. O nitrogênio não apresenta oscilação de densidade e volume em função da temperatura ambiente e, por isso os tiros são muito mais consistentes quanto à variação de velocidade.
             
          Armas com ação tipo gas-ram apresentam menor lock time do que as de ação mola-pistão; e o recuo é bem menor. O recuo das armas Theoben é reduzido por meio de pistão flutuante de inércia que desliza atrás do pistão principal por fração de segundo, de modo que, quando o pistão principal chega ao fim de curso, o pistão flutuante o apanha antes do rebatimento. Mas lembre-se que, embora o recuo seja minimizado, ele ainda existe, porém de modo muito mais suave e que permite melhor controle.
       
          Uma desvantagem em relação ao sistema mola-pistão é que as armas de gas-ram exigem maior esforço para engatilhar, uma vez que a resistência de uma mola convencional é progressiva, de modo que o esforço aumenta ao passo que a mola se comprime. Isso não ocorre com o gas-ram, cujo esforço é consistente durante todo o curso do pistão. Assim, pode-se considerar 20% mais esforço para engatilhar o gas-ram em comparação a uma arma de mola-pistão de potência equivalente.
               
         Existem Kits chamados gas-strut produzidos pela CBC destinados a substituir a mola helicoidal convencional de alguns modelos springers e, de uns anos pra cá veem surgindo no Brasil algumas versões de molas a gás que vem se tornando bastantes populares entre os adeptos do tuning das carabinas.


Fonte:
Edição Especial Revista Magnum
Nº 40
Nelson L. De Faria

  Olá amigos do Tiro Esportivo. Esta semana iniciaremos nossas postagens com matérias de assuntos do seu interesse, TIRO ESPORTIVO. Abordaremos todos os tipos de temas referentes a esse magnífico universo e caso você tenha interesse em algum tema específico, por favor nos mande um e-mail com o assunto ou a ideia que teve que faremos todo o possível para lhe trazer alguma matéria sobre o assunto. Hoje trazemos uma pequena parte de um dos capítulos do livro Magnum, Armas de Pressão do autor Nelson L. de Faria. O assunto abordado será os prós e contras do sistema mola - pistão das carabinas de pressão modernas. Espero que gostem, tenham uma boa leitura.

  Prós: A propulsão tem energia própria pela mola principal interna, por isso não precisando de fontes externa; e não se perde tempo tendo que bombear o ar comprimido. Essas são as principais razões de esse sistema ser o preferido para caça. A maioria dos modelos apresenta potência magnum. Não existem problemas com válvulas ou anéis de retenção tipo "O" - ring. O barulho é quase sempre menor do que nas armas de CO2 e mais baixo do que nas armas PCP de potência equivalente, não fossem todas elas equipadas com supressores de ruído, como ocorre na atualidade. Existem modelos bem leves, que são muito preciosos e fáceis de disparar, como as carabinas Beeman R7, CZ-Slavia 630 e 631, Gamo 400; e não se pode deixar de mencionar a antiga Gamo 68 e sua variação Gamatic, descontinuadas, mas que foram produzidas no Brasil pela Forjas Taurus.

  Contras: Não se pode deixar uma arma de mola-pistão engatilhada por longos períodos sem que a mola enfraqueça. Costumam apresentar recuo e em alguns casos certas vibrações (embora isso dependa da qualidade individual da arma; e não propriamente do sistema). "Springers" requerem lunetas específicas devido ao duplo recuo. A sequência de recuo duplo é causada pelo impacto do conjunto mola-pistão contra a camada de ar na câmara e, ao rebater, a arma se projeta para trás de modo que em certos casos é preciso um anteparo extra para segurar a luneta. A maioria das armas desse tipo é suscetível a perda de precisão se a coronha for segurada com muita força ou, em certos casos, a arma é mais precisa se a mão apoiar área específica da coronha, o que demanda certo hábito por parte do atirador. Portanto, quando adquirir uma springer nova, experimente várias armas de tiro. Alguns modelos se adaptam melhor a tiros sobre apoios como bench rest, enquanto que outros precisam que a mão de apoio fique aproximadamente 5 centímetros à frente do guardamato. As magnuns são geralmente pesadas e apresentam maior recuo e, por isso, se adaptam melhor a tiros apoiados, principalmente se estiverem equipadas com luneta. Esses últimos pontos não são exatamente "pontos contra", mas se relacionam melhor com as técnicas de tiro exigidas em função do tipo de arma.


 

CARABINA HATSAN 150 - EXEMPLO DE CATEGORIA MAGNUM
Especificações técnicas:*
- Calibre: 5.5 mm;
- Cano: 430 mm;
- Comprimento: 1210 mm;
- Peso: 4300 gramas;
- Velocidade: 305 m/s.**
* Informações obtidas no catálogo Rossi 2013.
** A velocidade pode varias de acordo com o modelo de chumbinho.

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