PISTÃO A GÁS
(gas-ram)
Esse sistema é
menos conhecido do que os demais. As armas desse sistema também são
consideradas “springers”: apenas a mola espiral mecânica é substituída por um
sistema de mola agás, por isso é também conhecido como gas-spring. Sua produção começou na Theoben Limited, no Reino unido e esta empresa que deteve por muito
tempo a patente de fabricação.
Seu
sistema é aplicado em armar com mecanismos tipo break-barrel e under lever, os
quais, ao serem acionados, comprimem o nitrogênio que se encontra em um
cilindro instalado atrás do pistão da arma, numa unidade semelhante ao amortecedor
de choque de um carro. Ao acionar o gatilho, o nitrogênio impulsiona o pistão,
que por sua vez comprime o ar. O
sistema é o mesmo da ação por mola e pistão, sendo que o cilindro com
nitrogênio substitui a mola. Nesse tipo de ação o recuo é mínimo, porém, mais
brusco.
O
gas-ram foi inventado na Inglaterra
por Taylor e Theobald e a primeira
arma de pressão nesse sistema surgiu em 1982 e, em meados da década de 80, o
sistema gas-ram já era bastante
popular e se apresentava como uma alternativa ao sistema mola-pistão. No
entanto, o preço mais elevado (que chega às vezes ao dobro do preço de uma
carabina de mola-pistão de alta qualidade) fez com que o sistema permanecesse
como uma opção de tipo de ação, mas não substituiu a tradicional ação por
mola-pistão.
Sua
grande vantagem sobre o sistema tradicional é que as armas por sistema a gás
podem permanecer engatilhadas por longos períodos sem perder potência. O
nitrogênio não apresenta oscilação de densidade e volume em função da
temperatura ambiente e, por isso os tiros são muito mais consistentes quanto à
variação de velocidade.
Armas
com ação tipo gas-ram apresentam
menor lock time do que as de ação
mola-pistão; e o recuo é bem menor. O recuo das armas Theoben é reduzido por meio de pistão flutuante de inércia que desliza
atrás do pistão principal por fração de segundo, de modo que, quando o pistão
principal chega ao fim de curso, o pistão flutuante o apanha antes do
rebatimento. Mas lembre-se que, embora o recuo seja minimizado, ele ainda
existe, porém de modo muito mais suave e que permite melhor controle.
Uma
desvantagem em relação ao sistema mola-pistão é que as armas de gas-ram exigem maior esforço para
engatilhar, uma vez que a resistência de uma mola convencional é progressiva,
de modo que o esforço aumenta ao passo que a mola se comprime. Isso não ocorre
com o gas-ram, cujo esforço é
consistente durante todo o curso do pistão. Assim, pode-se considerar 20% mais
esforço para engatilhar o gas-ram em comparação a uma arma de mola-pistão de
potência equivalente.
Existem
Kits chamados gas-strut produzidos
pela CBC destinados a substituir a mola helicoidal convencional de alguns
modelos springers e, de uns anos pra
cá veem surgindo no Brasil algumas versões de molas a gás que vem se tornando
bastantes populares entre os adeptos do tuning
das carabinas.
Fonte:
Edição Especial Revista Magnum
Nº 40
Nelson L. De Faria